INTRODUÇÃO
"O Homem não é completo senão quando joga" (Schiller)
A abundância e riqueza das finalidades do jogo são objecto de estudo dos investigadores, depois de se tentar inumerar e classificar o que designamos por jogo é preciso apurar o que há de semelhante em práticas aparentemente tão diversas. Para se lhe poder dar uma definição mais exacta será necessário procurar o seu "maior denominador comum".
Atendamos a algumas definições de jogo segundo vários autores:
O jogo é "uma acção de uma actividade voluntária, realizada dentro de certos limites de tempo e de lugar, segundo uma regra livremente consentida, mas imperativa, provida de um fim em si, acompanhada de um sentimento de tensão e de alegria e de uma consciência de ser diferente do que se é na vida normal." (Johan Huizinga)
"Na criança, o jogo é, antes de tudo, prazer. É também uma actividade séria em que o fingir, as estruturas ilusórias, o geometrismo infantil, a exaltação, têm uma importância considerável." (Jean Chateau)
"O jogo é toda a ocupação sem qualquer outra finalidade que não seja a ocupação em si mesma. É uma actividade fortuita e infinitamente flexível que nos brinda uma oportunidade para ampliar e reorientar tanto a mente como o espírito." (Newson)
Neste trabalho não pretendemos explorar todas as finalidades do jogo, pois tornar-se-ía um trabalho muito extenso e complexo; vamos assim deter-nos no que nos pareceu, neste caso, fundamental: considerámos assim a função educativa do jogo, o jogo de exercícios, o jogo de regras e o jogo simbólico.